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quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Filme: As Melhores Coisas do Mundo e o Real Mundo da Educação

A lacuna foi preenchida! Finalmente o Brasil pode bater no peito e se orgulhar de ter um filme sobre e para adolescentes. Um filme que não finge ser o que não é, que não muda a voz para parecer mais novo e nem falsifica a identidade para entrar onde não deve.
O Filme "As Melhores Coisas do Mundo" é um retrato fiel e muito atual dos adolescentes brasileiros, um filme dirigido com maturidade e escrito de maneira precisa e dinâmica.
Aborda todas as descobertas da fase mais gostosa e turbulenta da vida, que é a adolescência. Mostra-nos temas que são vivenciados em nossos contextos sociais e até mesmo em nossas vidas e com nossos amigos e familiares: a primeira relação sexual, separação dos pais, fim de namoro, diversão em baladas, a descoberta do amor, brigas com familia, desejo de morrer, o preconceito contra o homossexualismo, a paixão por um professorª, o envolvimento com drogas e álcool, solidão e depressão, fofocas e Cyberbullying e a participação em movimentos e a luta por igualdade e justiça, etc.
Relacionando este filme com o mundo educacional, pode-se colocar que a escola para o jovem é um território que acolhe tudo, é onde eles se sentem à vontade para exercitar suas vivências e convivências, sendo assim, podemos ainda disseminar que este adlescente esta incluído na era da tecnologia, tendo fácil acesso a internet, blogs, celulares e outros, mesmo que sejam usados para os motivos mais ridículos possíveis, quem convive com jovens sabe como eles são capazes de praticar pequenas e grandes perversões.
Nas escolas, está se tornando bastante comum a prática do Bullying, ou abuso e assédio físico e moral de estudantes por outros estudantes, o que já chegou a ser tolerado, como rito de passagem até pelos próprios educadores no passado. Hoje, felizmente, é compreendido como negativo e considerado inaceitável numa sociedade civilizada.
O Bullying foi retratado no filme, através de uma overdose de tecnologia, agora na internet e no celular, mensagens com imagens e comentários depreciativos se alastram rapidamente e torna o bullying ainda mais perverso, mais recentemente, a tecnologia deu nova cara ao problema, o Cyberbullying, usando o espaço virtual que é ilimitado, o poder de agressão se amplia e a vítima se sente acuada mesmo fora da escola, pois na comparação com o bullying, bastava sair da escola e estar com os amigos de verdade para se sentir seguro.
A escola precisa encarar com seriedade as agressões entre os alunos, o cyberbullying não pode ser visto como uma brincadeira de criança, a busca pela solução ou pela prevenção inclui reunir todos - equipe pedagógica, pais e alunos que estão ou não envolvidos diretamente, e garantir que tomem consciência de que existe um problema e não pode ficar omisso.
Mesmo dentro do ambiente escolar, o jovem esta envolvido em movimentos e transformações que são vividos e trazidos de casa, e isto irá ter grande influência no seu aprendizado. A internet é palco global de encontros, conhecimentos e relações, mas não tira o papel da escola na formação e educação do adolescente, pelo contrário, com o advento da comunicação via MSN, Orkut e outras formas virtuais, o papel dessa referência se aprofunda, porque, na escola as relações são "concretas", face a face. É nesse ambiente que o jovem aprende a se virar de verdade para resolver problemas com independência, checando e ampliando o conhecimento, construir padrões de desenvolvimento pessoal, ouvindo, cedendo, participando, cooperando, negociando, respeitando. Aprende a ser solidário e consciente de seus direitos, deveres e responsabilidades. Em outras palavras: ganha a chance de tornar-se um cidadão do futuro.

                                                                                           Lu Rosa, Resenha apresentada na ASMEC
                                                                                                             novembro/2010

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