Páginas

quarta-feira, 21 de março de 2012

Analise do Conceito de Disciplina em Foucault

O conceito de disciplina em Foucault é viável nesse nosso tempo, pois é parte de um processo historio vivido por nós. A questão disciplinar na sociedade vem desde os tempos remotos e “a partir dos séculos XVII e XVIII”, segundo Foucault, ela se tornou fórmula geral de dominação.
            A escravidão também significava dominação, no entanto agora, não apenas com a referência da relação de posse, mas com relação a capacidade de poder sobre o outro. A disciplina é a base da sustentação de uma sociedade. Das instituições públicas até as particulares, o exercício do controle ocorre de várias formas; por meio das classificações, das hierarquias, das apreciações ou não, das qualidades ou não, dos méritos ou das punições.
            As filas, as câmeras de segurança, a classificação das idades, a obrigatoriedade do voto e muito mais, evidencia a relação do poder diário em nossas vidas, muitas vezes nem notadas por muitos. Por isso, o poder ou as medidas disciplinares é um fato, e por ser fato, não existe apenas de um lado. Como diz o autor, ele é “indiscreto” e ao mesmo tempo “discreto”, pois está em toda a parte; mesmo quando exerce o controle físico, seu intuito é sempre moral. Mas, se não existe de um lado só, quer dizer que, há sempre o direto a revolta, ao contraponto, ao efeito e as reações.
. A possibilidade de se identificar um conceito de poder cujo conteúdo, ao afastá-lo da idéia de repressão e de lei, o torna produtivo, positivo e especialmente emancipatório.

Bullying

     A área de educação nos últimos tempos identificou a ocorrência de um fenômeno ao qual denominaram bullying (termo inglês que se refere a uma forma específica de violência). O problema não é novo e pode ser encontrado em todas as escolas, sejam elas públicas ou privadas. Trata-se de insultos, apelidos cruéis, gozações, ameaças, acusações injustas, agressões físicas e psicológicas, atuação de grupos que hostilizam a vida de outros , os levando a exclusão.
     Nas escolas, está se tornando bastante comum a prática do Bullying, ou abuso e assédio físico e moral de estudantes por outros estudantes, o que já chegou a ser tolerado, como rito de passagem até pelos próprios educadores no passado. Hoje, felizmente, é compreendido como negativo e considerado inaceitável numa sociedade civilizada.
     A escola precisa encarar com seriedade as agressões entre os alunos, o bullying não pode ser visto como uma brincadeira de criança, a busca pela solução ou pela prevenção inclui reunir todos - equipe pedagógica, pais, alunos e a comunidade que estão ou não envolvidos diretamente, e garantir que tomem consciência de que existe um problema e não pode ficar omisso.
     A manifestação do bullying é diferente das brigas que frequentemente acontecem entre iguais, provocadas por motivos eventuais, essas brigas acontecem e acabam, mas ao contrário, o bullying é uma agressão que se apresenta de forma velada.
     Tal realidade envolve e transforma a pessoa em vítima, interferindo negativamente no seu processo de ensino/aprendizagem devido à excessiva mobilização de emoções, de medo, de angustia e de raiva reprimida, e, misturado a tudo isso, pode acontecer de crescer no que sofre a violência, o ódio, o desejo de vingança e as fantasias de destruir os agressores, que um dia podem até se transformar em realidade fazendo com que a vítima se torne um futuro agressor. Em alguns casos, a vítima pode chegar ao extremo, tentando ou cometendo o suicídio.
     Segundo alguns estudiosos, estão presentes na vítima de bullying alguns elementos, dentro eles estão: dores de cabeça e estômago, perda de apetite, tonturas pela manhã, mudança inesperada de humor, desleixo gradual das tarefas escolares, aspecto deprimido, apresentação de desculpas para faltar às aulas e a existência de poucos amigos.
     O bullying quando não assistido de forma adequada, pode oferecer riscos e consequências para a escola e os alunos, tanto para agressor quando para a vítima e a testemunha. Quando a escola não toma providências, esse problema pode vir a se alastrar e mais alunos podem vir a se tornarem autores.
     Mesmo dentro do ambiente escolar, o jovem esta envolvido em movimentos e transformações que são vividos e trazidos de casa, e isto irá ter grande influência no seu aprendizado, mas não tira o papel da escola na formação e educação do adolescente, pelo contrário, o papel dessa referência se aprofunda, porque, na escola as relações são "concretas", face a face. É nesse ambiente que o jovem aprende a se virar de verdade para resolver problemas com independência, checando e ampliando o conhecimento, construir padrões de desenvolvimento pessoal, ouvindo, cedendo, participando, cooperando, negociando, respeitando. Aprende a ser solidário e consciente de seus direitos, deveres e responsabilidades. Em outras palavras: ganha a chance de tornar-se um cidadão do futuro.
     Fato é que a escola está diante de um grande problema e um grande desafio, nem adolescentes, nem educadores e, possivelmente nem os pais sabem lidar com esta situação, a evidência do bullying. Esta é uma tarefa o tanto ou mais difícil do que se possa imaginar e infelizmente não temos a receita pronta.

21 de Março "Dia Internacional da Síndrome de Down"


      O Dia Internacional da Síndrome de Down é celebrado no dia 21 de março, que faz uma alusão à trissomia do 21, pois o dia se escreve como 21/3 ou 3-21, a data foi proposta pela Down Syndrome Internacional. A primeira vez que o dia foi comemorado aconteceu no ano de 2006, no Brasil esta data foi muito repercutida na mídia em 2007, devido a presença do ex-jogador de futebol Romário e da novela Páginas da Vida, transmitida pela Globo.
     
     Uma doença caracterizada pelo erro na distribuição dos cromossomos a mais que se encontra no par 21, onde através de pesquisas , concluísse que pelo fato da alteração no número de cromossomos se encontrar no par 21, ela também é conhecida como Trissomia do 21. O Diagnóstico dessa síndrome é feito através do cariótipo, representação do número de cromossomos de uma célula, os seus portadores apresentam imunodeficiência, que leva a uma maior suscetibilidade a infecções, além do risco mais elevado do desenvolvimento de câncer, particularmente leucemia e problemas cardíacos. Podem ser consideradas três as principais características para um portador, tais como: hipotonia ( flacidez muscular), o comprometimento intelectual e a aparência física diferenciada. Há aspectos que podem contribuir para um aumento do desenvolvimento do portador como intervenção precoce na aprendizagem, tratamento emocional.
     
     De acordo com dados da Santa Casa de São Paulo, hoje em dia a expectativa de vida dos portadores da modificação genética foi elevada em aproximadamente 15 anos, passando para 70 anos. Porém, depende da presença e da gravidade da anomalia cardíaca.
Números apontados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), dão conta que o Brasil, os casos já superam a marca dos 300 mil. A Síndrome de Down pode atingir cerca de 800 ou 1000 crianças recém-nascidas.
     
    Uma das causas para essa síndrome esta associada à idade materna, há índices que indicam que 60% dos casos são originados de mulheres com mais de 35 anos. Entretanto, também há uma associação com o lado paterno, onde 20% dos casos vêm da falta de segregação na gametogênese paterna. Assim, percebemos que o convívio com um portador da Trissomia do 21 pode e deve ocorrer com "naturalidade", pois apesar de algumas diferenças genéticas todos nós possuímos as mesmas capacidades, porém com níveis diferentes e portanto, a sociedade deve saber que há igualdade entre os não portadores e os portadores, e que há diversos meios para que essa convivência se realize, fazendo com que possamos interagir com eles normalmente.

15 MITOS DA EDUCAÇÃO

1 - Para ser um bom professor é preciso ter dom e vocação.

Por que é um mito A docência não é uma capacidade inata, e sim uma carreira que, como outras, pressupõe esforço pessoal e formação que possibilitem o domínio de aspectos teóricos e práticos ligados à aprendizagem.
Por que derrubá-lo Um dos grandes desafios do país é a revalorização da carreira docente - com bons salários e condições de trabalho dignas para os educadores. Para que isso ocorra, é necessário que todos tenham acesso à formação inicial e continuada de qualidade. Só com estudos constantes, planejamento e dedicação, é possível ser um bom professor, ou seja, ensinar todos os estudantes.

"Não é admissível que alguém lecione apenas porque gosta de crianças ou acredita que leva jeito. A docência exige conhecimentos científicos." Carlos Roberto Jamil Cury, professor titular aposentado da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

2 - A função mais importante da escola é formar cidadãos.

Por que é um mito Não se pode desvalorizar a cultura escolar propriamente dita para dar mais importância a dimensões extracurriculares.
Por que derrubá-lo Não há como ser contra oferecer uma Educação integral aos estudantes e ensiná-los para a cidadania - ideia que começou a chegar à escola no fim do século 19. Nos últimos anos, inúmeros temas foram incorporados desenfreadamente ao currículo com esse objetivo. Porém isso não pode tomar mais tempo e energia dos professores do que atividades básicas, como a alfabetização e o ensino dos conteúdos de cada uma das disciplinas. Para dar conta dessa formação tão ampla, a articulação é o caminho. Outras instituições além da escola - como espaços culturais e associações comunitárias - podem contribuir com a aprendizagem de aspectos relacionados à cidadania e à cultura.

"As aprendizagens escolares são uma condição fundamental da cidadania. Ninguém é cidadão, de corpo inteiro, se não conhecer a língua e a história, a matemática e as ciências, a filosofia e as artes." António Nóvoa, educador português e reitor da Universidade de Lisboa.

3 - Criança pobre não aprende.

Por que é um mito Todos podem aprender, independentemente de sua condição socioeconômica.
Por que derrubá-lo A ideia de que crianças das camadas mais pobres não avançam nos estudos é fruto de um déficit histórico do país com a Educação. Somente na década de 1990, o Brasil conseguiu ultrapassar a marca de 90% da população de 7 a 14 anos no Ensino Fundamental - hoje esse índice é de 97,6%. Isso possibilitou a inclusão na escola de milhares de crianças, cujos pais, em sua maioria, estiveram fora do sistema de ensino. Muitas chegaram - e ainda chegam - às salas de aula sem nunca ter tido acesso a livros, revistas e jornais, por exemplo. Esses, no entanto, não são motivos para que haja dificuldades na compreensão dos conteúdos. Se o país avançou na ampliação do acesso e estudar é um direito universal, cabe agora ao sistema oferecer um ensino de qualidade, garantindo a permanência de todos nas salas de aula. A solução é permitir que cada estudante avance do ponto em que está. Ao fim da Educação Básica, espera-se que todos tenham as mesmas oportunidades, independentemente de seu contexto econômico e social. Para que isso ocorra, vários fatores são essenciais: formação inicial e continuada de qualidade para a equipe escolar, infraestrutura, um currículo coerente com a realidade local e um acompanhamento constante.

"A escola é, por excelência, o espaço da garantia da aprendizagem. Se o contexto social dos alunos não contribui, cabe a ela proporcionar as oportunidades necessárias." Maria do Pilar Lacerda Almeida e Silva, secretária de Educação Básica do Ministério da Educação (MEC).

4 - Educação se aprende em casa. Cabe à escola apenas ensinar os conteúdos.

Por que é um mito A escola, além de dar conta do currículo das disciplinas, também é um espaço de socialização, em que se aprendem regras de convivência e o respeito às diferenças.
Por que derrubá-lo É papel da família, sem dúvida, orientar as crianças para que elas dominem algumas regras básicas de conduta. Essa tarefa, entretanto, não é apenas uma atribuição dos pais. A escola também é responsável por ensinar regras coletivas, que são valorizadas pela cultura da sociedade de que ela faz parte, e que nem sempre são seguidas em casa. É essencial para os estudantes ter outros adultos como referência, além da própria família. O professor, certamente, é um deles e, por isso, pode causar um impacto muito positivo na vida deles.

"Não é justo esperar que os pais, cuja maioria tem escolaridade menor que a dos filhos, ensinem a eles todas as habilidades e competências que precisam ser aprendidas ao longo da vida."Patrícia Mota Guedes, pesquisadora da Fundação Itaú Social, em São Paulo.

5 - Para os pequenos, livros ilustrados e com texto curto são os melhores.

Por que é um mito Desde cedo, as crianças precisam ter contato com bons livros, não só com belas ilustrações, mas também com narrativas de qualidade. Isso é o que torna a leitura prazerosa.
Por que derrubá-lo No passado, o primeiro livro era um presente para as crianças que aprendiam a ler. Hoje, no entanto, está comprovado cientificamente que, quanto mais cedo elas entram em contato com o mundo das letras, maiores as possibilidades de se tornarem futuras leitoras. Publicações com poucas palavras ou frases soltas podem parecer mais adequadas às turmas que ainda não foram alfabetizadas - mas acabam somente passando a ideia de que a leitura é sempre rápida e fácil. Ouvindo textos maiores e melhores, os pequenos ampliam progressivamente a capacidade de ouvir e de se concentrar. Ao ter a oportunidade de conhecer a boa literatura, eles entendem, de fato, por que vale a pena ler.

"As crianças não devem ser subestimadas, e sim concebidas como leitores plenos desde antes da alfabetização." Elizabeth D'Angelo Serra, secretária geral da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil.

6 - Muitas crianças não aprendem porque vêm de famílias desestruturadas.

Por que é um mito Há casos de sucesso e de fracasso escolar nas diferentes organizações familiares. A existência de um núcleo tradicional - com pai, mãe e filhos - não determina a maior atenção à Educação em casa.
Por que derrubá-lo Pesquisas apontam que os alunos têm melhor desempenho quando seus pais conhecem bem o sistema escolar, conversam sobre leituras realizadas e têm maior expectativa em relação à escolaridade deles. Essa atenção pode ser garantida em diferentes estruturas familiares. Todos podem estimular a vida escolar dos filhos desde que saibam como. Conhecendo seus alunos e o contexto social em que vivem, a escola pode ajudar as famílias a reconhecer o valor da assiduidade e garantir um ambiente de aprendizado em casa.

"É mais importante avaliar em que aspectos a família pode contribuir com o aprendizado dos filhos do que a forma como ela está estruturada." José Francisco Soares, professor titular aposentado da UFMG.

7 - Meninos são melhores em Matemática.

Por que é um mito Todos possuem a mesma capacidade de aprendizagem, independentemente do sexo.
Por que derrubá-lo Várias pesquisas demonstram, sim, que há diferenças no aprendizado entre homens e mulheres em diversas áreas. Entretanto, é necessário compreender que as diferenças são fruto de uma questão de gênero - e não biológica, inata. A divisão de papéis sociais entre meninos e meninas é que contribui para o desenvolvimento de capacidades que facilitam o aprendizado dessa ou daquela disciplina. Para superar essa realidade, é essencial que tanto a família como a escola deem as mesmas oportunidades e desafios para todos.

"Aprender, independentemente do sexo, é uma questão de igualdade de oportunidades e de direitos." Daniela Finco,professora do Departamento de Educação da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), campus de Guarulhos.

8 - Creche é um mal necessário.

Por que é um mito Ter um bom desenvolvimento na primeira infância é um dos fatores que mais influenciam o sucesso escolar. Mais do que cuidar da criança e alimentá-la, a creche tem como função proporcionar diferentes experiências de socialização a ela.
Por que derrubá-lo A maior presença da mulher no mercado de trabalho tem ampliado a demanda por creches. Porém a decisão de matricular os pequenos não deve ser feita apenas porque os pais trabalham e não há quem cuide deles. O grande desafio é consolidar essa etapa da Educação Infantil como um momento educativo, que potencialize o desenvolvimento integral e a socialização.

"A creche não deve ser obrigatória, mas é fundamental quando, em casa, não há espaço e materiais adequados para brincar ou a possibilidade de interagir com outras crianças." Maria Clotilde Rossetti-Ferreira, coordenadora do Centro de Investigações sobre Desenvolvimento Humano e Educação Infantil (Cindedi) da Universidade de São Paulo (USP).

9 - A repetência sempre melhora o desempenho.

Por que é um mito Vários estudos apontam que a reprovação tem um alto custo educacional. Quanto mais o estudante repete, maiores as possibilidades de que ele seja reprovado novamente ou abandone a escola.
Por que derrubá-lo Para deteminar o que cada aluno aprendeu, não há dúvida de que é necessário avaliá-lo. A questão é o que se faz com as informações trazidas por provas e outros instrumentos. Reprovar a criança por não ter atingido os objetivos propostos e submetê-la a aulas sobre os mesmos conteúdos, inclusive aqueles que ela já domina, dificilmente vai contribuir para que aprenda mais. Uma pesquisa da UFMG comprovou isso. Com base nos resultados do Programa de Avaliação da Alfabetização (Proalfa), promovido pela Secretaria Estadual de Educação, alunos com baixo desempenho que repetem aprendem menos do que os que passam de ano. Para reduzir o índice de 11% dos que fracassam anualmente no Ensino Fundamental no país, a saída é adotar diferentes estratégias de ensino para que quem apresente dificuldades possa se recuperar durante o ano letivo.

"A repetência não traz benefícios para o aluno. Ele não vai aprender mais ao ser afastado de sua turma e passar mais um ano assistindo às mesmas aulas dadas no ano anterior. É preciso avaliar quais são suas deficiências. Não basta passar de ano. O importante é aprender." Vera Masagão, pesquisadora e coordenadora geral da Ação Educativa, em São Paulo.

10 - Sem a possibilidade de reprovação, os alunos perdem o respeito pelo professor.

Por que é um mito A reprovação não é um mecanismo de punição, e sim uma medida extrema tomada quando não há possibilidade de o aluno avançar. A autoridade do professor é garantida quando ele trata os estudantes com respeito, domina os conteúdos de sua disciplina e apresenta propostas desafiadoras intelectualmente, que os fazem progredir.
Por que derrubá-lo Em geral, educadores que recorrem à avaliação como meio de pressão não estão conseguindo tornar a aprendizagem significativa para os alunos. Quando crianças e jovens reconhecem que os resultados de provas, por exemplo, podem ser direcionados contra eles próprios, criam uma aversão a elas. A avaliação deve sempre ser vista como uma forma de verificar o quanto cada um avançou. Se bem elaborada, ela permite identificar as dificuldades dos alunos e, com base nisso, trabalhar para que eles se recuperem em tempo. Assim, a repetência não é mais necessária.

"A escola precisa deixar de buscar os culpados pelo fracasso escolar e passar a partilhar as responsabilidades. A motivação dos alunos deve ser aprender e não apenas passar de ano." Ana Aragão, pesquisadora do Grupo de Estudo e Pesquisa em Educação Moral (Gepem), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

11 - A cópia e a repetição são boas estratégias de ensino.

Por que é um mito Apenas copiar ou fazer exercícios repetitivos não garante a aprendizagem dos alunos.
Por que derrubá-lo Apesar de serem práticas comuns em muitas escolas, as cópias e outras atividades de repetição por si só não ajudam a criança a avançar. Passar longos textos do quadro para o caderno ou resolver inúmeros exercícios do mesmo tipo consome um tempo precioso da aula, que poderia ser mais bem aproveitado com outras situações didáticas desafiadoras.
A ideia não é abolir de vez essas estratégias, mas só empregá-las quando houver contribuição para o aprendizado de determinada habilidade, como jogar várias vezes o mesmo jogo para aprimorar suas estratégias.

12 - Trabalho em grupo sempre gera indisciplina.

Por que é um mito O movimento em classe e a troca de ideias podem gerar barulho, mas isso não é sinônimo de desordem. Muitas vezes, um ambiente quieto e o "bom comportamento" podem esconder dúvidas e problemas de aprendizagem.
Por que derrubá-lo A atividade em grupo, em muitas situações, é a dinâmica mais eficiente e pode trazer melhores condições de aprendizado. A interação favorece a cooperação, possibilita que os estudantes entendam pontos de vista mais próximos dos seus e até revejam seus argumentos. Em geral, os mais curiosos, questionadores, que levantam dúvidas, trazem informações de seu cotidiano e contrapõem ideias são aqueles que mais aprendem.
Quando a proposta é adequada aos objetivos e motiva a todos, é grande a possibilidade de bons resultados. O importante, aqui, é acompanhar de perto o trabalho de cada grupo para garantir a produtividade.

"Quando o trabalho em grupo é orientado e supervisionado, os estudantes se sentem envolvidos e dificilmente se dispersam."Maria Suzana de Stefano Menin, professora da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (Unesp), campus de Presidente Prudente.

13 - É papel da escola elevar a autoestima dos estudantes.

Por que é um mito A principal função da instituição é ensinar os conteúdos curriculares. Não é por meio de elogios rasgados e premiações para os que fazem as tarefas mais rapidamente que a garotada vai se sair bem.
Por que derrubá-lo O aluno se sente capaz quando reconhece que aprendeu algo e, para que isso ocorra, é preciso que o professor saiba o nível em que está cada um. Vale lembrar que aprendemos com os erros e a avaliação eficiente é capaz de apontar em quais aspectos cada um pode melhorar. Somente boas condições de aprendizagem podem contribuir para elevar a autoestima rebaixada em relação ao desempenho escolar insuficiente. Quando um estudante com dificuldades é comparado com os melhores da sala, seu esforço pode sinalizar apenas mais um fracasso e o resultado será novamente a desmotivação.

"Muitas vezes, o fracasso escolar é atribuído a problemas emocionais ou psicológicos. Porém a principal causa dele são condições inadequadas de aprendizagem em classe." Sueli Edi Rufini, professora do Centro de Educação, Comunicação e Artes da Universidade Estadual de Londrina (UEL).

14 - Os alunos aprendem mais quando a atividade é lúdica.

Por que é um mito Aprender pressupõe um esforço cognitivo e requer força de vontade, disciplina, concentração e dedicação. Atividades dinâmicas e divertidas não garantem, necessariamente, todas essas condições em sala.
Por que derrubá-lo O conhecimento deve fazer as pessoas se sentirem inteligentes, capazes, fortes e autônomas. O grande desafio da escola é demonstrar a importância do saber na sociedade moderna e o quanto aprender pode ser desafiante e interessante. É dessa sensação que deve vir a satisfação pelo estudo. As brincadeiras certamente deixam os alunos mais animados, mas, se você tem como objetivo levar a turma a aprender os conteúdos previstos em cada disciplina, o melhor caminho é propor situações desafiadoras, que façam sentido para o aluno e valorizem o seu esforço em superar limites. Para planejá-la, a primeira condição é conhecer o que todos já sabem. Assim, você não apresenta um desafio tão difícil que possa desmotivá-los nem tão fácil que os desestimule a dedicar tempo a ele.

"Brincadeiras e jogos não devem ser utilizados como recurso para que os alunos façam uma atividade. A motivação precisa ser a aprendizagem. Esse é o desafio." Bernard Charlot,professor visitante na pós-graduação em Educação da Universidade Federal de Sergipe (UFS).

15 - Conteúdo dado é conteúdo aprendido.

Por que é um mito Ensino e aprendizagem são processos distintos. O professor ensina, propõe atividades e problemas, mas isso não significa que todos aprendam da mesma forma.
Por que derrubá-lo Dar conta de todo o programa é um desafio! Por outro lado, não adianta prosseguir com o cronograma se os alunos não estiverem entendendo. Seguir para o próximo assunto e ignorar aqueles que estão com dificuldade pode trazer impactos cada vez mais difíceis de superar. Quando necessário, é preciso voltar ao mesmo assunto com outras formas de abordagem.

"Não é possível culpabilizar o aluno pelo fracasso. Se o contexto social não é favorável, o investimento educacional precisa ser maior." Telma Weisz, supervisiona o programa Ler e Escrever, da Secretaria Estadual de Educação de São Paulo.