Mesmo depois de 18 anos da promulgação da constituição, que prevê “igualdade de condições para o acesso e permanência na escola”, algumas instituições de ensino tratam apenas de admitir a matrícula desses meninos e meninas, isso nada mais é do que cumprir a lei, alguns diretores e professores acreditam que estudantes com deficiência não conseguem aprender em sala, devem apenas brincar ou passar o tempo. Há ainda pais que não aceitam os filhos se relacionando ou estudando com deficientes, pois acham que isso baixa a qualidade do ensino, outros acreditam que a deficiência é doença e que os “anormais” devem ser evitados, alem de enfrentar a pressão da família dos alunos, muitos educadores têm de lidar com o próprio preconceito.
Se a inclusão é garantida por lei, como podem os professores saírem diplomados sem conhecer o assunto? Isso deveria ser trabalhado desde a formação inicial. O aluno que chega diferente a sala de aula deve ser encarado apenas como um estimulo ao aprimoramento do educador e da escola, oferecendo serviços complementares, adotar práticas criativas na sala de aula, adaptar o projeto pedagógico, rever posturas e construir uma nova filosofia educativa. A escola junto com o educador tem que enfatizar que as transformações que a escola precisa sofrer devem nascer no seu interior, cabe ao conjunto recuperar, destacar o valor e a paixão pelo próprio trabalho, por intermédio da mudança de mentalidade e acréscimo de entusiasmo, criatividade, escutar muitas perguntas sobre o que, como e por que melhorar?
Essa mudança não é simples, na verdade ainda é difícil encontrar professores e escolas que afirmem estar preparados para receber em classe um estudante deficiente. A inclusão é um processo cheio de imprevistos, sem formulas prontas e que exige aperfeiçoamento constante.
A questão da humanização, é tarefa do corpo diretivo em equipe, buscando orientação e suporte das associações de assistência, das autoridades medicas e educacionais sempre que a matricula de um deficiente é solicitada.
A escola, portanto, é um local em que é necessário combater o preconceito, a inclusão ensina a tolerância para todos os que estão diariamente na escola e para a comunidade.
“Desde as civilizações primitivas, o homem se organiza socialmente centrado em si mesmo”. “Com base nisso, ele julga os demais pelas roupas que usam, pelos alimentos que consomem, por sua história e sua moral”.
Não podemos continuar segregando essas crianças em escolas especiais, que na maioria das vezes, oferecem um ensino pouco estimulante. O primeiro passo para combater a intolerância é aceitar que ela existe, a resistência às pessoas com deficiência é fruto do desconhecimento sobre o assunto, só quem tem mais contato sabe que elas podem se desenvolver se forem motivadas. Na educação inclusiva não se espera que a pessoa com deficiência se adapte a escola, mas que esta se transforme de forma a possibilitar a inserção daquela.
A inclusão escolar é uma revolução silenciosa, para que ela aconteça, no entanto, toda a equipe deve pensar em conjunto, a idéia precisa estar incluída na proposta pedagógica e levar todos a conhecer o assunto. Quando não há informação, se torna angustiante para o professor receber esse aluno e lidar com ele. O trabalho em equipe leva todos os educadores e funcionários a desempenhar de maneira mais eficiente seu papel nesta área.
“Quem pode dizer onde terminam as possibilidades de aprendizado de quem tem deficiência? Só com as portas das escolas abertas é que poderemos saber”.
Lu Rosa
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